08 janeiro 2007

Tudo é relativo, inclusive a praia.


Vejam esta imagem: não acham que valeu a pena cada gota de suor derrubada durante uma hora de caminhada pela trilha pirambeira acima? Esta foto, melhor do que mil palavras, expressam o porquê de minha preferência pelas praias que normalmente não são a preferência dos outros.

O litoral catarinense, de uns vinte anos para cá, percebeu um aumento exponencial no número de freqüentadores. Lugares que antes faziam a alegria de hippies, surfistas e pescadores, hoje estão abarrotados de bares e turistas porcos. Sem entrar no mérito das ocupações indevidas por residências caríssimas à beira das praias, responsáveis pelo despejo de toneladas de cocô de luxo no mar, o que se vê hoje é um cenário um tanto diferente de outrora.

Estou ciente que isso pode soar um tanto hipócrita, mas, não sei não, acho que a praia, assim como outras belas demonstrações da “mãe natureza”, não combina muito com toda a infra-estrutura que normalmente é carregada à tira colo em passeios de finais de semana ensolarados. Um bom exemplo são as praias aqui do Rio Grande do Sul. Apesar das águas escuras e revoltas, não deixam de ser um belo cenário, pelo menos até o momento em que os veranistas resolvem transformar a faixa de areia em rodovia estadual, com direito a estacionamentos e engarrafamentos em horários de rush. Por que isso? Pela comodidade de não precisar dar míseros dez passos até a água? Ou talvez pela oportunidade de acabar servindo de entretenimento aos demais banhistas, caso o bichinho atole as quatro rodas? (Apesar da torcida constante, infelizmente as ocorrências são relativamente escassas). Há ainda os que, apenas por não gostarem do pobre carrinho, provocam, com requintes de crueldade, sua morte lenta na maresia devoradora de lata.

Praia com cerveja! Quem sou eu para maldizer a prática? Seria no mínimo apedrejado... Mas, cerveja com praia?? Ou ainda cerveja, milho, coco, picolé, queijinho, rosquinha, batatinha, farofa, sanduíche, churros, batida e cirarro com praia? Na verdade, desde que os respectivos resíduos sejam corretamente destinados, a princípio não há mal algum. O curioso é que, por diversas vezes, tem-se a nítida impressão que os comes, bebes e fumos têm prioridade maior que a própria praia!

Dê mais uma olhada na imagem acima. Lindo de morrer, não? Ótimo, será nossa programação para amanhã. Mas, espere um pouco... Onde estão os bares e os garçons que levam batatinhas fritas à beira d’água? Por onde vou entrar com o carro? E se a cerveja esquentar, onde vou comprar gelo?

Quer saber? nem é tão bonito assim... Bora pra Canasvieiras!!!

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Atualização: aos finais de semana
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