14 janeiro 2007

Big Bosta Brasil 7


Começou mais uma edição do Show do Milhão na Rede Globo de televisão. Uma dúzia de cabeças privilegiadas (sim, já viram como o cabelo deles é sedoso e brilhante?) serão confinadas dentro de uma belíssima casa, bisbilhotada por outras tantas milhões, por sua vez, simultaneamente confinadas em suas respectivas paredes. Por várias semanas, ou seja lá quanto tempo dure esse troço, a desgraça alheia tele assistida será tema central das conversas em salões de beleza, filas de banco e mesas de bar. Não haverá saída ou porto seguro, esteja informado ou sinta-se um alienado, um alienígena. Pessoas solicitarão sua opinião sobre as atitudes do fulano e a bunda da deutrana e você não vai saber responder. Um episódio perdido e você estará totalmente desatualizado e não saberá mais quem está pegando quem e muito menos poderá diferenciar qual das beldades será contemplada com uma estampa na capa da Playboy e qual terá que se contentar com a Sexy.

O nome do programa “Big Brother”, que aliás, já era exibido em vários países antes de virar mania nacional, foi inspirado em um livro da década de 40, entitulado apenas “1984”. Nele, é narrada a história de uma sociedade totalmente passiva, vigiada e manipulada pelo Grande Irmão, através de telas onde este podia simultaneamente vigiar e transmitir informações totalmente forjadas segundo os interesse daquele governo, que tinha o objetivo de manter a sociedade escrava através da ignorância do seu povo. Nota-se que o nome serviu como uma luva.

Mesmo que a produção tente mostrar o contrário, a verdade é que o programa não passa de um mostruário onde são expostos os filhinhos e filhinhas de papai tentando desesperadamente aparecer na mídia. Posso estar errado, mas ao que tudo indica, todos os protagonistas têm grandes pistolões e QI´s (quem indica) no meio televisivo e da comunicação em geral. A prova disso é o modo como as gatonas e garotões sarados são selecionados. O processo é feito por debaixo dos panos e, na época certa, belos rostos sorridentes começam a pipocar nas chamadas do programa que está para estrear. Interessante é a forma como os dois participantes que têm entrado na casa através de sorteio sempre destoam consideravelmente do resto do grupo. Talvez se todos fossem selecionados desta forma, teríamos uma atração com alguma graça, já que inevitavelmente, o time estaria muito mais heterogêneo e, quem sabe, aumentasse a chance de pelo menos duas ou três pessoas não serem tão chatas e previsíveis. Por conseqüência, experimentaríamos uma queda vertiginosa no preço do quilo da abobrinha no feirão BBB.

Senhoras e senhores, vamos dar uma espiadinha? A sorte está lançada, que vença o melhor e que este faça um bom uso do dinheiro. Minha sugestão? Com um milhão de reais acredito que até um novo canal independente de televisão já daria para montar.

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