04 novembro 2007

A TV e seus serviços de inutilidade pública


Domingo passado, 28 de outubro, o programa Fantástico prestou grande serviço a um grupinho de marginais da cidade de São Paulo. O programa apresentou uma reportagem estrelada por um punhado de cabeças ocas e desocupadas, que se auto-intitulam punks, e que costumam promover vandalismos, pancadarias e outras atividades de confraternização pelas ruas da cidade. A última delas tinha sido uma surra em um skinhead (vide figura), que por sua vez, certamente não estava na rua com intuito de comprar o remedinho para sua avó doente.

A molecada deve ter adorado a reportagem, bastante esclarecedora por sinal. Agora o Brasil inteiro conhece o nome das suas ganguezinhas fedorentas, além de entenderem direitinho como surgiram, em que área atuam, quem tem treta com quem, essas coisas. Enfim, foi um espaço de divulgação que qualquer grupo artístico daria tudo para conseguir.

Ao invés de destaque, esse tipo de gente mereceria ser ignorada, preferencialmente dentro de uma cela. Por outro lado, com divulgação em rede nacional, a rapaziada já pode estufar o peito e sair por aí dizendo: “Você viu? Saiu uma reportagem sobre a minha gangue no Fantástico”. Vai chover candidato a membro no clube do bolinha.

Vira e mexe e a imprensa vem com uma cagada nova. Coisa pior aconteceu na época em que a Força Aérea Brasileira estava regulamentando a lei que autoriza o abate de aeronaves que servem ao tráfico de drogas, voando principalmente na região amazônica. Na ocasião, os noticiários fizeram um grande favor aos traficantes, avisando-os que os aviões não seriam abatidos se houvesse crianças a bordo. Não preciso dizer mais nada não é mesmo? Todas as criancinhas carentes da região passaram a ganhar vôos panorâmicos de presente, onde a única exigência era que estampassem permanentemente seus rostos na janela e acenassem para os aviões de caça que eventualmente lhes vinham fazer companhia.

Liberdade de imprensa ou irresponsabilidade? Seja lá qual for o nome disso, a televisão deveria ter consciência que a exposição de certos conteúdos nem sempre é recomendável. Mas experimente falar em controle, restrição ou critérios de exibição para ver se você não é logo taxado de defensor da ditadura e da censura...

Se é do agrado dos produtores gerar e transmitir tanto lixo, que o façam então. Mas pelo menos parem de ministrar verdadeiras tele-aulas para a bandidagem. Parem de mostrar em detalhes como um ladrão profissional abre um carro, como se desarma um sistema de segurança, qual a melhor maneira de invadir uma casa. Parem de exibir detalhes dos planos infalíveis de roubos a bancos, como se domina um segurança, como é que se foge da polícia, parem de colocar idéias na cabeça de desocupados e parem de encher a bola de marginaizinhos que andam por aí fazendo pose de “mamãe-sou-malvado”. Falta de assunto para colocar no ar nunca houve. O que tem faltado mesmo é um pouco de bom senso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essas pessoas que se “auto-intitulam” Neo-Nazista, não sabem o que foi realmente o então Partido Nazista , esses “babacas”, usam o terno “Neo-Nazista”, pois esse nome mostra o terror da indústria da destruição Alemã (1938-1945).

Felipe Biasus.

Atualização: aos finais de semana
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