Diante de todo esse bafão gerado pela absolvição do atual presidente do Senado Federal, os jornais, as revistas e a internet ficam repletos de reportagens e comentários de gente indignada por conta da mais recente e indigesta pizza servida no planalto central. O repúdio comeu solto e a esmagadora maioria não poupou ofensas pessoais aos excelentíssimos caras de pau responsáveis pela absolvição de alguém que, ao que tudo indica, andava fazendo bastante caca por aí. Os mais exaltados expressavam, de forma não muito polida, sentimentos que iam da vergonha ao nojo.
Atos como estes são perfeitamente compreensíveis. Nosso primeiro impulso, diante do sorriso de deboche do acusado, é xingar os senadores até a quinta geração, sem esquecer, é claro, do nosso líder maior, nosso guru da administração, nosso presidente, o homem com a visão além do alcance, que sempre vê o que ninguém mais consegue enxergar, e que insiste em tratar as crises do seu governo como se fossem o filho malcriado do vizinho.
Já faz muito tempo que os brasileiros queixam-se de seus representantes. Tenho portanto minhas dúvidas, sobre até que ponto isso basta para que algo efetivamente mude de rumo nessa política adoentada.
Há um dito popular que afirma: “Se você quer realmente conhecer uma pessoa, dê poder a ela”. Pensando assim, há de se questionar se todos os que hoje protestam, seriam totalmente incapazes de se corromperem, caso lhes fosse apresentada uma oportunidade. Será que estamos com tanta moral assim? Olhemos à nossa volta. Diariamente, incontáveis desvios de conduta são praticados. Joga-se lixo no chão, furam-se filas, falsificam-se carteiras estudantis para pagamento de meia-entrada, só para citar alguns exemplos. Centenas de Malufes, Renanzes, e Dirceus em fase de incubação circulam impunes por aí.
Nos ditos países civilizados, costumamos invejar a educação da população. Aqui no Brasil, ridicularizamos quem gosta de andar na linha. Pejorativamente conhecidos como “certinhos” ou “quadrados”, as pessoas que seguem as regras do jogo são normalmente vistas como chatas, previsíveis e desinteressantes, incapazes de usufruir o que a vida tem de melhor.
Talvez, a receita para uma política mais ética, inclua menos ingredientes que imaginamos. Dois, pelo menos, não podem faltar. Precisamos de um espelho que nos faça olhar um pouco mais para as nossas próprias atitudes. Precisamos também de uma pitada de coerência, para que não corramos o risco de acabarmos fazendo exatamente aquilo que um dia condenamos (o Lula que o diga).
Quanto aos quarenta senadores que inocentaram Renan Calheiros... Sou capaz de apostar que, em outros tempos, estavam todos aqui, exatamente onde estamos hoje, protestando contra alguma politicagem indigesta.
E segue o baile!
Atos como estes são perfeitamente compreensíveis. Nosso primeiro impulso, diante do sorriso de deboche do acusado, é xingar os senadores até a quinta geração, sem esquecer, é claro, do nosso líder maior, nosso guru da administração, nosso presidente, o homem com a visão além do alcance, que sempre vê o que ninguém mais consegue enxergar, e que insiste em tratar as crises do seu governo como se fossem o filho malcriado do vizinho.
Já faz muito tempo que os brasileiros queixam-se de seus representantes. Tenho portanto minhas dúvidas, sobre até que ponto isso basta para que algo efetivamente mude de rumo nessa política adoentada.
Há um dito popular que afirma: “Se você quer realmente conhecer uma pessoa, dê poder a ela”. Pensando assim, há de se questionar se todos os que hoje protestam, seriam totalmente incapazes de se corromperem, caso lhes fosse apresentada uma oportunidade. Será que estamos com tanta moral assim? Olhemos à nossa volta. Diariamente, incontáveis desvios de conduta são praticados. Joga-se lixo no chão, furam-se filas, falsificam-se carteiras estudantis para pagamento de meia-entrada, só para citar alguns exemplos. Centenas de Malufes, Renanzes, e Dirceus em fase de incubação circulam impunes por aí.
Nos ditos países civilizados, costumamos invejar a educação da população. Aqui no Brasil, ridicularizamos quem gosta de andar na linha. Pejorativamente conhecidos como “certinhos” ou “quadrados”, as pessoas que seguem as regras do jogo são normalmente vistas como chatas, previsíveis e desinteressantes, incapazes de usufruir o que a vida tem de melhor.
Talvez, a receita para uma política mais ética, inclua menos ingredientes que imaginamos. Dois, pelo menos, não podem faltar. Precisamos de um espelho que nos faça olhar um pouco mais para as nossas próprias atitudes. Precisamos também de uma pitada de coerência, para que não corramos o risco de acabarmos fazendo exatamente aquilo que um dia condenamos (o Lula que o diga).
Quanto aos quarenta senadores que inocentaram Renan Calheiros... Sou capaz de apostar que, em outros tempos, estavam todos aqui, exatamente onde estamos hoje, protestando contra alguma politicagem indigesta.
E segue o baile!
2 comentários:
A carta de um leitor de "O Globo" ilustra bem isto:
"Já que é assim, não vou mais limpar a sujeira que meus cachorros fazem nas calçadas".
Essa gente que acha que não precisa cumprir a lei não entende que está prejudicando aos vizinhos, não ao governo.
E acha que está tudo errado, menos ela própria. Tem sempre uma justificativa para avançar o sinal ou jogar lixo na rua.
Antes de professarmos a "maldição bíblica" (Arnaldo Jabor) sobre os bandidos de gravatas, ao invés da retórica diletante, que um dia sejamos capazes de fabricar um espelho das dimensões do nosso planeta. Talvez uma forma ainda oculta da chamada "arte contemporânea" seja contemplar o reflexo da sujeira...
É da natureza humana a corruptibilidade. Isso não significa que o homem é mau por natureza, mas, fraco... Conscientes do alcance a que o espelho reflete essa fraqueza, sejamos nós o ponto ofuscante da sujeira...
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