17 dezembro 2006

Agora só em fevereiro!


Mais um semestre letivo se foi. Mais uma vez foi necessário suar a camisa para dar conta dos trabalhos e provas impiedosamente impostas aos pobres alunos da graduação da Unisinos. Sim, já vimos esse filme. Parece que não importa o quanto o rapaz prometa a si mesmo que isso nunca mais vai acontecer, que semestre que vem vai ser diferente, que não vai deixar acumular o conteúdo, não importa: passar sufoco em final de semestre parece mesmo fazer parte das regras do jogo.

O ritual não é, portanto, nenhuma novidade. A origem da correria de final de ano data da época remota do primário, quando, certa vez, o rapazinho descobriu que havia pego recuperação em português, possivelmente por passar tempo demais entretendo-se com seu tosco mas divertidíssimo Atari. Daí para frente, apesar de manter um currículo razoavelmente dentro dos conformes, as eventuais notas vermelhas na caderneta sempre marcaram presença. Da mesma forma como a qualidade da caligrafia do caderno misteriosamente entrava em declínio lá pela terceira semana de aula, logo ele chegava à conclusão de que, como programa para suas tardes, uma partida amistosa de “taco” com os amigos era bem mais interessante que o indigesto texto sobre os bichinhos escrotos das aulas de biologia.

No segundo grau, acontece a grande revolução da caderneta, onde o documento informativo das suas notas não precisava mais ser assinado por papai e mamãe. Não que isso tenha feito alguma diferença, mas para a concepção de um fedelho de 13 anos, representava o auge da independência. Daí para a faculdade as coisas não mudam muito de figura.

Já que cursar faculdade acabou sendo uma escolha do próprio rapaz em questão, pelo menos sua dedicação era de se esperar que aumentasse consideravelmente. Um bom começo, foi a ausência de temas insólitos tais como funções metabólicas de amebas e outros seres esquisitos. Pelo fato dele estudar em uma universidade privada, há ainda outro incentivo que, pelo menos indiretamente, contribui para o bom desempenho do estudante: cada vez que o indivíduo contabiliza o dinheiro que estará jogando pela latrina caso reprove em alguma disciplina, uma dose cavalar de substâncias estimulantes inexplicavelmente percorrem todo o seu corpo, capacitando-o a sentar-se durante horas à frente de um livro de cálculo diferencial em pleno sábado de sol. A natureza é mesmo sábia.

Diante da bomba iminente, ele trata de começar a arranjar tempo para se preparar para uma semana recheada de provas decisivas, trabalhos e relatórios. As tentações, no entanto, são muitas. Quando menos espera, ele já está diante da TV assistindo algum besteirol americano, ou então, simplesmente contemplando a beleza sublime das paredes do quarto. É incrível como, nessas horas, o simples fato de não fazer absolutamente nada torna-se um divertimento e tanto.
As provas são realizadas e mais uma vez o rapaz alcança aprovação.

Suada...
Mas da próxima vez será diferente.
Ah, vai ter que ser...

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Atualização: aos finais de semana
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