15 novembro 2006

... por Ayrton Senna

O ano era 1994. A seleção brasileira de futebol nos brindava com o tão aguardado tetra campeonato e eu, por sinal bem menos ocupado que hoje em dia, recolhia uns jornais velhos, esquecidos em algum canto empoeirado da garagem. Mas que raios eu queria com aquilo? Material para rabiola de pipa? Forro para gaiola de passarinho? Outros fins menos nobres? Realmente não me recordo. O interessante é que no meio daquela papelada, acabei encontrando uma bela homenagem ao saudoso Ayrton Senna da Silva. E não era pouca coisa: a imensa página do “Estado de São Paulo” ostentava uma também imensa caricatura do nosso talentoso piloto e candidato a herói nacional. No topo da página lia-se em letras garrafais: “Cenas do cotidiano, por Ayrton Senna”. Consistia basicamente de inúmeros trechos aleatórios de entrevistas do piloto, onde ele falava sobre assuntos diversos, expondo fatos do seu cotidiano juntamente com análises críticas e opiniões pessoais sobre cada assunto.
Resolvi levar a página para meu quarto, onde ela não mais estaria condenada a ser estendida no chão da garagem para aparar eventuais gotas de óleo do motor da pick-up Chevrolet 1978 de meu pai (impecável por sinal). Já no meu quarto, a caricatura recebeu um belo tratamento à base de lápis de cor e “canetinha hidrocor” de um daqueles estojos sobreviventes da época da pré-escola – vulgo “prézinho” e, modéstia à parte, acabou ficando jóia. Há de se relevar que eu não era lá muito exigente e nem detinha maiores conhecimento em termos de arte, mas pensando bem, realmente o resultado ficou agradável aos olhos e a caricatura passou a dividir espaço na parede do meu quarto com um pôster da seleção de Bebeto, Romário, Dunga, Branco e companhia, outra “obra de arte” de qualidade duvidosa ali exposta.
Passados alguns meses (ou seriam anos?) o quadro da seleção de 94 acabou virando lenha e a página de jornal com o Sr. Senna estampado deve ter servido para acender alguma fogueira da vizinhança. Mas serviu também para nomear esta minha página. Resta saber se ela, assim como seu “muso” inspirador, também encontrará seu triste fim em alguma fogueira por aí...

Um comentário:

Anônimo disse...

escreves muito bem guri!
beso

Atualização: aos finais de semana
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